Aos 86 anos, Tereza Tette da Silva tem a vida entrelaçada pela costura e pelo artesanato. Nasceu e viveu em Paracatu de Cima até o rompimento da barragem de Fundão, quando se mudou para Bandeirantes, distrito de Mariana. Casada aos 19, aprendeu a costurar com sua sogra, criando roupas sob encomenda para a comunidade. Mais tarde, morando com uma de suas filhas no distrito de Passagem de Mariana, descobriu o artesanato, produzindo tapetes, colchas de retalho e peças em fuxico. Suas habilidades se tornaram a principal fonte de renda da família. “Era bom demais, todo mundo comprava e encomendava para eu fazer”, conta Tereza.
Mesmo após enfrentar desafios pessoais, como a perda do marido e um AVC que afetou sua visão, Tereza nunca deixou de criar. Suas peças eram vendidas em Ouro Preto, onde também morou por um tempo. Hoje, a costura e o artesanato continuam sendo uma parte essencial de sua vida, servindo não só como um passatempo, mas como uma conexão profunda com suas memórias e sua identidade.