A faiscação e o garimpo aurífero na bacia do Rio Doce são cruciais na história de Minas Gerais desde a colonização portuguesa. Essas atividades, conhecidas pelas populações nativas, foram intensificadas pelos europeus, tornando-se parte significativa da economia regional. A faiscação, ou garimpo artesanal, caracteriza-se pelo uso de equipamentos simples como a batéia ou carumbé (recipiente que separa o ouro do cascalho na areia dos rios), o ralo, a banca e o almocafre. Esses métodos e ferramentas mantêm-se quase inalterados desde o início do século XVIII. Contrariando a visão dos cronistas europeus que o consideravam um sinal de atraso, o garimpo artesanal adaptou-se bem às condições locais, integrando-se ao modo de vida tradicional da região de Santa Cruz do Escalvado, especialmente em relação à interação com os rios.