A vida em Pedra do Escalvado é simples e acolhedora. O tempo passa com calma, e a rotina é marcada pelos cuidados com os quintais, os pomares, as hortas e a produção de quitandas caseiras. Um cartão postal natural, com seus 200 metros de altura e uma pequena floresta no topo, a pedra, que deu nome à localidade, domina a paisagem e guarda segredos que despertam a curiosidade de todos que a contemplam.
Lendas e histórias se entrelaçam na cultura local, como a que conta que, na virada de fevereiro, Nossa Senhora da Luz cruza a pedra, iluminando-a com um brilho misterioso. Alguns dizem que é possível ver um rosto esculpido na rocha, outros afirmam que a pedra se cobre de névoa quando a chuva se aproxima. E há ainda quem fale de uma gruta profunda, com um buraco insondável que engole tudo o que é jogado em seu interior.
A fé é um elemento fundamental na vida da comunidade, que reúne cerca de 50 famílias. O Divino Espírito Santo é o padroeiro e sua festa, 50 dias após a Páscoa, na época de Pentecostes, é um momento de celebração e partilha, reunindo moradores e visitantes na singela capela em sua homenagem.
A devoção dos moradores se estende também a outros santos, como São Sebastião, Santo Antônio, São João, São Pedro e Nossa Senhora Aparecida, cada um com sua novena, seu mastro erguido e sua mesa farta para a confraternização.
O chá para “curar bronquite”, da dona Nhanhá, uma receita transmitida de geração em geração, é um exemplo da sabedoria popular local sobre plantas medicinais.
As quitandas de Pedra do Escalvado, como brevidades, tarecos, biscoitos de polvilho, bolo de arroz, broas, roscas e rosquinhas fornecem sustento para as famílias e mantêm vivas as tradições culinárias locais.
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