entre rios e tradições

Celebrações

Festa de Santa Cruz, novena de Nossa Senhora Aparecida, rezas natalinas

Ofícios e modos de fazer

Artesanato em taquara (balaios e peneiras), benzeção

Formas de expressão

Cantos religiosos, procissões, rezas tradicionais

Lugares

Rio Doce, rios Carmo e Piranga

Edificações

Capela de Santa Cruz, chaminé da antiga olaria

Às margens do rio Doce, no encontro dos rios Carmo e Piranga, a comunidade de Viana surgiu com fazendas de arroz, milho, café e cana, além da criação de gado e suínos. A fabricação de tijolos também marcou o local, e sua grande chaminé ainda se impõe na paisagem.

O rio sempre foi um elo fundamental. Dele se tirava ouro, areia e pedras, e suas águas eram espaço de trabalho e lazer. A faiscação, comum entre os moradores, ainda é lembrada por aqueles que extraíam ouro e pescavam cascudo, piau e dourado. O relato de quem viveu essa época reforça o quanto o rio era mais que um recurso: era um companheiro inseparável.

As tradições religiosas sempre estiveram presentes no dia a dia da comunidade. A Capela de Santa Cruz, com sua antiga cruz de madeira, testemunhou celebrações e rituais que uniam os moradores. A festa de Santa Cruz, com novenas e leilões, hoje é apenas lembrança na memória dos mais velhos e nos gestos de fé, como a bênção das cruzes que são enfeitadas e colocadas nas fachadas das casas para proteção. A novena de Nossa Senhora Aparecida e as rezas natalinas ainda acontecem, mantendo viva a fé que une os moradores.

Outro saber passado entre gerações é o artesanato em taquara, como balaios e peneiras utilizados nas colheitas. Apesar da escassez da matéria-prima, o conhecimento ainda persiste. E há também o ritual da benzeção, herança da fé popular. Com brasas, ramos e orações, o ato de benzer é a promessa de cura para males e garantia de proteção. Como dizem os mestres: para ser benzido, precisa acreditar”.