No município de Barra Longa, o bordado é uma importante referência cultural, sendo considerado um dos símbolos da tradição do lugar, além de ser uma das principais atividades econômicas das mulheres da cidade. Segundo o Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Minas – IPAC/MG, elaborado em 2005, a atividade centenária teria sido trazida por mulheres de cidades vizinhas como Ponte Nova e Ouro Preto. Dona Lalá, uma das bordadeiras do município, foi quem montou o primeiro salão para ensinar o ofício às mulheres. Segundo a artesã Maria Aparecida Lanna, Barra Longa foi colonizada pelos portugueses da Ilha da Madeira, que até hoje são tradicionais no bordado.
As peças produzidas pelas mulheres da cidade são comercializadas em Barra Longa, Ouro Preto, Mariana, Belo Horizonte, Ponte Nova, São Paulo e também são vendidas para o exterior. Hoje existem mulheres que trabalham em suas próprias casas como autônomas no ofício de bordadeira, assim como grupos em forma de associações ou de projetos, como a ABBA (Associação Barralonguense de Bordadeiras e Artesãs), a Casa das Artes e o Projeto Meninas da Barra. As peças produzidas pelas artesãs da associação são divididas nas categorias de cama, mesa e banho, e elas também fazem as famosas florzinhas de fumo-bravo, planta nativa da região. O ofício do bordado foi prejudicado pelo rompimento, já que muitas artesãs perderam máquinas e peças atingidas pelo rejeito, além de perderem vendas com a falta de turistas na cidade. A sede da ABBA ficou fechada alguns meses em função das obras de restauração, que produziam muita poeira e impediam a exposição dos produtos no local.