Na década de 1980, durante a reconstrução da antiga Capela de Santana do Deserto, foram descobertas várias ossadas humanas, indicando que o entorno da capela também serviu como cemitério. Adão Ribeiro, nascido em 1954, lembra que, desde a sua infância, o cemitério sempre esteve no local atual, distante da capela, e que os restos mortais encontrados durante a reconstrução surpreenderam a comunidade.
Até 1964, o cemitério era cercado apenas por arame farpado. Em 2019, com a ajuda de alunos da escola local, o cemitério foi murado. Atualmente, os velórios ainda ocorrem em residências, mas os caixões e os ritos fúnebres são diferentes. Os caixões não são mais feitos localmente e os defuntos das comunidades próximas, como Funil e Tapera, não são mais transportados em padiolas de bambu. Os serviços funerários e o transporte em veículos automotivos foram introduzidos nas últimas décadas do século XX. Apesar dessas mudanças, o respeito e o cuidado com os antepassados permanecem fortes entre os moradores, refletidos no empenho em manter o cemitério, reconhecido como um local sagrado pela comunidade.