A faiscação é um ofício que se faz presente no território mineiro desde o período colonial, no Ciclo do Ouro. Também conhecida como garimpo artesanal ou tradicional, consiste numa série de procedimentos que empregam o uso de poucos equipamentos (tidos como rudimentares em comparação a equipamentos automatizados empregados na mineração industrial) no sentido de tornar mais eficiente a extração do ouro de aluvião. Entre eles se destaca a bateia ou carumbé, espécie de bacia ou recipiente de boca larga e fundo cônico utilizado para revolver a mistura de areia, cascalho e metais preciosos retirada dos leitos dos rios.
Segundo Vitor Silveira, em Minas Gerais, no ano de 1925 Barra Longa era um território onde havia ouro “em apreciável quantidade”. Por isso, a prática se manteve viva nos séculos seguintes. O Censo de 1950, realizado pelo IBGE, chamava a atenção para a atividade dos faiscadores à procura de ouro nos rios Carmo e Gualaxo. O processo e o instrumento usados por eles se mantiveram quase os mesmos com o passar dos anos. A introdução do mercúrio na atividade a partir da segunda metade do século XIX facilitou a separação do ouro. Os rejeitos que desceram com o rompimento de Fundão inviabilizaram o processo de garimpar nos rios Gualaxo do Norte, Carmo e em outros de seus afluentes. Atualmente, sobre o material de interesse para os garimpeiros está depositada uma camada de rejeitos de minério de ferro.