Saindo da antiga Paracatu de Baixo, nossa próxima parada é a Cachoeira da Vovó, também conhecida como Cachoeira da Maria Corinto, nome da senhora que morava pertinho dali.
Esse era um dos principais pontos de lazer da comunidade. Nos dias quentes, as famílias vinham até aqui pra se refrescar nas águas do rio Gualaxo do Norte, bater papo, fazer churrasco, piquenique, pescar ou só descansar ouvindo o som da queda d’água. Era o tipo de lugar que todo mundo amava. Onde criança corria solta e adulto esquecia da vida.
O rompimento da barragem mudou tudo. A força da lama mudou toda a paisagem e o espaço deixou de ser seguro. Hoje, a cachoeira está cercada e não é mais usada.
Logo depois da cachoeira, seguimos para um lugar que guarda as origens de Paracatu de Baixo. Lembra da Fazenda do Gualaxo? Ela mesma!
Ao longo dos séculos 18 e 19, essa fazenda — uma entre várias com esse nome na região — foi uma das maiores produtoras de gêneros básicos, principalmente derivados de açúcar, como rapadura e aguardente. Até pouco tempo atrás, muitos moradores da comunidade ainda trabalhavam aqui. Era comum ouvir histórias sobre dias de roça, moagem de cana e o engenho em funcionamento.
Mas com o rompimento da barragem, a lama cobriu grande parte da fazenda. O casarão sede foi atingido no primeiro andar, a maioria das lavouras e criações se perdeu, e o vínculo com a comunidade também foi rompido. Hoje, a fazenda guarda silêncio.